terça-feira, 13 de maio de 2008

Afinal, o que é Tecnologia Educacional?

Esta resenha tem como base o texto, cujo título é o mesmo aqui apresentado, do doutor com formação em física, ciência e pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Cassiano Zeferino de Carvalho e da mestra em psicologia e doutora em mídia e conhecimento pelo programa de pós-graduação em engenharia de produção da Universidade Federal de Santa Catarina e professora da Univale no mesmo estado, Maria Taís de Melo.
Resenha que tem como objetivo, através da fidelidade ao texto dos autores, descobrir o que de fato é uma tecnologia educacional e como ela tem sido utilizada para variados problemas corriqueiros.
O texto em debate é indiscutivelmente interessante, fornecendo nova visão acerca do que se costuma denominar tecnologia educacional. Recomendado para discentes em formação acadêmica e todos que se interessa por um assunto tão atual, como é, o de tecnologia na educação.
Os autores iniciam falando da revolução na educação e na escola com a chegada da informática, onde a expectativa acerca da revolução do ensino se tornou crescente, mas, que com duras penas fomos descobrindo que não bastam ter computadores e software na escola: é preciso de algo diferente, algo bem mais versátil, que usando mídias e software produza ganhos importantes no processo educacional.
Sobre aquilo que defendem não ser tecnologia educacional, os autores afirmam: “Computador não é tecnologia educacional. Software não é tecnologia educacional. Livro não é tecnologia educacional, e apostila também, não. Sala com computadores PC, com ou sem ar condicionado, não é tecnologia educacional”. A pergunta continua, afinal, então o que é tecnologia educacional?
Antes de dar resposta, os autores primeiramente falam do que é uma tecnologia. Para eles, tecnologia pode ser entendida como um sinônimo de solução, ou seja, uma solução que pode ser aplicada a um problema e/ou um conjunto de problemas, onde a solução produz invariavelmente o conhecimento, que por sua vez é a base para a criação de novas soluções, novas tecnologias. Assim, percebe-se a ênfase dada ao fato de não existir uma única tecnologia educacional, mas sim tecnologias educacionais, isto é, soluções resultantes de enfrentamento de problemas, como também, o conhecimento de uma arte, sendo esta para a educação, a definição mais apropriada.
Segundo os autores, ao que parece não existe tecnologia que seja absoluta, completa ou definitiva. Aos longos dos anos tem se criado novas soluções cada vez melhores, o que quer dizer mais próximas da solução ideal , e isto tende a permanecer. Eles sugerem que o conceito de tecnologia deva ser ampliado e revisto na perspectiva educacional, afinal a educação trabalha no universo da diversidade, das individualidades, das subjetividades e socializações, assim, constroem um conceito para tecnologia educacional, começando com as seguintes perguntas:
Alguém já viu computador dando aula, sozinho, sem que pelo menos, alguém o tenha ligado à tomada? Ao longo dos tempos já foi visto uma lousa, quadro-negro, verde ou branco apresentando sozinho “a matéria”, sem que alguém a houvesse elaborado antes? Ou ainda, já se viu algum professor ser demitido por que a escola comprou um vídeo cassete? Assim, defendem ser um equívoco a idéia de que “coisas” ensinam ou passam conhecimento, desta forma também é um equívoco conceituar de tecnologias os meios, os recursos materiais, a mídia, uma vez que elas são incapazes de promover uma ação de natureza educacional.
Aproximando da resposta, os autores asseguram que tecnologia educacional existe, mas não do modo como habituamos a considerá-la. Antes, porém afirmam ser importante entender o papel da mediação, e exemplificam através da pedagogia tradicional onde havia a valorização da mediação essencialmente discursiva do professor e que com a chegada da mídia quadro-negro no fim do século XIX, simplesmente revolucionou a forma de dar aulas .
O quadro-negro veio para ficar. Em sua trajetória observam-se as principais referências na construção do conceito de tecnologia educacional. Houve muita resistência ao quadro-negro, ele viria alterar os modos de mediação e intervenção do professor. Foi preciso que alguns docentes, de início, se entusiasmasse, experimentassem e criassem novas aplicações, utilizando-se delas nas aulas para que ao longo do tempo ocorresse a incorporação efetiva de tal mídia.
Com o tempo o agir pedagógico foi se alterando com o advento do quadro-negro incorporado como mídia em sala de aula e as ações pedagógicas começaram a sofrer uma alteração singular. O professor passou a incorporar uma nova forma de comunicar e mediar mais abrangente, que incluía símbolos visuais, facilitando a comunicação e enriquecendo os processos educacionais.
Com as mídias disponíveis e as publicações de cada época, a forma de atuação, de mediação, de intervenção, ou seja, as decisões tomadas pelos professores e educadores configuraram outras inúmeras possibilidades de tecnologias educacionais.
Por fim, agora sim respondendo aquilo que se propõe responder desde o início, a inserção de novas mídias dedicadas à educação possibilita re-signigicados conceituais e operacionais pedagógicos, pressupondo a tomada de consciência dos mediadores, assim, tecnologia educacional é, portanto mais do que um conceito, representa cada momento, no dia-a dia, no tempo histórico, a complexidade dos processos pedagógicos, na esteira da tomada de decisões de seus gestores.

Um comentário:

Unknown disse...

Ola, graças a tecnologia, faço administração de empresas pela eadcon/unitins, no sistema de educação a distância (ead),tou muito satisfeito com o curso.